Cinco Minutos na Terra, Horas na Eternidade
- Drika Gomes

- 2 de out.
- 3 min de leitura

Sempre amei a música. Desde a adolescência, ela me acompanhou como uma bússola íntima, uma forma silenciosa e poderosa de organizar o caos que eu sentia por dentro. Cada melodia parecia me recolocar no eixo, cada nota me ajudava a reencontrar um lugar de equilíbrio e sentido. Como acontece com todos nós, algumas músicas marcaram etapas da minha vida — alegrias, perdas, encontros e despedidas. Mas houve uma música que não estava em nenhum rádio, nenhum concerto ou playlist. Uma música que não veio do mundo externo, mas de uma experiência que transformou completamente a minha trajetória e que jamais imaginei viver.
Foi durante uma doença. A dengue me atingiu de forma severa, minhas plaquetas despencaram e, após uma semana de dores insuportáveis, meu corpo já não suportava mais. Numa manhã de domingo, em casa, desmaiei. Meu marido ouviu o barulho da queda e correu para me socorrer. Ele conta que fiquei cerca de cinco minutos desacordada, enquanto tentava me reanimar. Mas, naquele tempo suspenso, minha consciência estava em outro lugar — e embora aqui, nesta dimensão, tenham sido cinco minutos, para mim pareceram horas. Uma eternidade de beleza e lucidez.
Essa percepção reforça um fenômeno conhecido pela física moderna: o tempo não é absoluto. O físico Carlo Rovelli, em A Ordem do Tempo, escreve: “O tempo não é uma linha universal que corre igual para todos; ele é uma rede de relações, que se transforma conforme o ponto de vista.” Essa frase traduz exatamente o que senti: entre dimensões, o tempo se dilata, se curva, se dissolve.
Me vi envolta por mandalas vivas, coloridas, que não apenas se mostravam em formas geométricas, mas também transmitiam sons. Era como estar diante de uma sinfonia visual e cósmica, onde cada cor emitia uma vibração, e cada vibração se transformava em música. A sensação era indescritível: uma paz absoluta, um amor que não cabia nas palavras humanas. Conscientemente eu sabia — poderia ter morrido. Mas ao mesmo tempo, compreendia que aquele espaço era uma outra dimensão da mente ou do espírito.
As mandalas giravam em perfeita beleza, sincronizadas com uma precisão impossível de imaginar. Cada movimento gerava uma nota distinta, e juntas elas compunham uma harmonia sublime que reverberava dentro de mim, equilibrando tudo o que estava em desordem. Em certo momento, percebi que eu mesma também era uma mandala, parte daquela dança sonora de cores e frequências.
O som que ouvi jamais esquecerei: parecia um coro com vozes masculinas e femininas entoando em uníssono, numa harmonia de outra ordem, inatingível para a música terrestre. E não era apenas música: era conhecimento. (áudio que coloquei acima é bem parecido) Cada vibração trazia respostas. Eu compreendia coisas profundas sem que houvesse palavras. A música se convertia em equações matemáticas perfeitas, cujos resultados eram as respostas de perguntas que eu mal sabia que carregava.
Perguntei sobre a vida, o universo, sobre mim mesma, sobre o propósito de tudo. E cada pergunta recebia uma resposta em forma de som, luz e matemática. Questões universais se desenhavam diante de mim: Qual é o objetivo da vida? Como surgiu o universo? Por que estamos aqui? Todas essas respostas — tão vastas, tão reveladoras — estão agora sendo organizadas em meu novo livro, que será lançado em 2026, intitulado “O Código Sonoro de Deus”.
Quando retornei, já não era a mesma. Foi como atravessar um salto quântico frequencial. Voltei com uma clareza cristalina: a música tem um poder imensurável. A música, em sua vibração mais elevada, é capaz de curar, alinhar e despertar a mente, as emoções e a alma. Essa experiência não foi apenas um marco em minha vida — foi o nascimento de uma missão.
E é por isso que faço o que faço. Porque compreendi que a mente humana é como um instrumento, e a música é a chave capaz de afiná-lo. Que cada frequência, quando bem direcionada, abre portas internas e transforma dores em luz. Hoje, toda a minha jornada — seja na neurociência, na hipnose, na psicanálise ou nos encontros NeuroMusic — tem um único propósito: ajudar pessoas a encontrarem sua própria sinfonia interior, aquela que reorganiza, cura e liberta.
A mente é música em movimento. A vida é uma partitura em aberto. E o meu trabalho é te guiar a escutar a melodia que já existe dentro de você.


lindissima experiencia! obrigado
Direct
Que experiência única e que ímpar você conseguir transbordá-la e compartilhá-la com todos! Aguardando pelo livro... Gratidão!