Dia Internacional da Música: a linguagem universal da mente e da alma
- Drika Gomes

- 1 de out.
- 3 min de leitura
No Desktop é possível ouvir completo. No iPhone e Android, o player mostra apenas a prévia. Para ouvir completo, clique em ‘Ouvir no Spotify’ e abra direto no app

Desde os primórdios da humanidade, a música tem acompanhado o ser humano como uma força misteriosa, ao mesmo tempo simples e complexa, terrena e divina. Antes mesmo da escrita, povos antigos já batiam tambores, entoavam cânticos e produziam sons com ossos, pedras e cordas rudimentares. Esses sons não eram apenas distração: simbolizavam rituais, conexão espiritual, união da comunidade e até a marcação do tempo da vida cotidiana.
A música como símbolo ancestral
Na Grécia antiga, a música era considerada um dom dos deuses. Para os pitagóricos, ela estava ligada à matemática sagrada: o universo inteiro vibrava em proporções musicais, o que chamavam de “harmonia das esferas”. Essa ideia ecoa até hoje quando falamos da música como expressão de uma ordem cósmica invisível.
Platão via a música como instrumento formador do caráter. Para ele, melodias podiam moldar a alma, inspirando coragem, disciplina ou sensibilidade. Já Aristóteles reconhecia seu poder catártico: a música permitia liberar emoções reprimidas e alcançar equilíbrio interior.
No Oriente, tradições antigas também viam na música um portal para a harmonia universal. Na China, o “pentagrama” dos sons estava associado às forças da natureza e à ordem moral. Na Índia, os ragas não eram apenas composições, mas estados de consciência que podiam curar, despertar devoção ou transformar emoções.
O impacto da música na mente humana
A ciência moderna confirma o que filósofos e místicos intuíram: a música atua profundamente no cérebro. Ela ativa simultaneamente áreas da memória, emoção, movimento e raciocínio lógico. Estímulos musicais podem:
Liberar dopamina e serotonina, neurotransmissores do prazer e da motivação;
Reduzir o cortisol, hormônio do estresse, favorecendo calma e equilíbrio;
Ativar o hipocampo, favorecendo memória e aprendizagem;
Estimular o córtex pré-frontal, aumentando foco e organização mental;
Reforçar vínculos sociais, sincronizando emoções em grupos, seja em coros, concertos ou manifestações culturais.
Assim, a música não transforma apenas um indivíduo: ela pode transformar uma sociedade. Hinos, cantos de protesto, músicas de celebração — todos carregam uma força capaz de unir multidões em torno de uma causa comum.
Música como espelho da sociedade
Em cada época, a música traduziu o espírito do tempo. Os cantos gregorianos da Idade Média buscavam elevar a alma ao divino. A polifonia do Renascimento refletia a complexidade do novo olhar humanista. O barroco de Bach expressava ordem e transcendência, enquanto o romantismo de Beethoven e Chopin trazia emoção e subjetividade em primeiro plano.
Na contemporaneidade, gêneros como jazz, rock e rap tornaram-se vozes de liberdade, contestação e identidade cultural. A música é memória coletiva, registro vivo de como sociedades sentiram, pensaram e se organizaram.
Minha homenagem à música
Presto minhas homenagens a este dia porque a música faz parte do meu cotidiano mais íntimo. Hoje, mais do que nunca, ela é presença e caminho. Desde minha experiência de quase-morte, quando a música se revelou como códigos divinos, minha carreira e minha vida tomaram um novo rumo.
Desde então, navego pelos mares das notas e ritmos, sendo guiada pelo sopro transformador que a música desperta nas pessoas. Cada acorde é uma ponte, cada melodia é uma chave que abre portas para novos estados de consciência e cura.
A música não é apenas arte — é ciência vibrando em cada célula, é espiritualidade que ecoa além do tempo, é memória que nos transporta e futuro que se desenha em frequências. Ela é capaz de aliviar dores, despertar lembranças adormecidas e reprogramar a mente para novos horizontes.
Na minha missão, ela deixou de ser apenas trilha sonora: tornou-se instrumento de transformação. É com ela que vejo pessoas se libertarem de traumas, encontrarem foco, respirarem alívio e renascerem em novas versões de si mesmas.
Celebrar o Dia Internacional da Música é reconhecer que ela continua sendo a linguagem universal da mente e da alma. A música nos une em meio às diferenças, traduz o que não conseguimos dizer em palavras e nos lembra de que somos feitos de ritmo, melodia e harmonia.
Saúde a este dia. E que viva a música — eterna linguagem da alma, que nos conecta ao humano e ao divino.





Comentários